He

Você disse que sim

Agora aguenta essa porra

Que daqui eu não saio sem pegar ninguém

Fica frio, cara, e bebe outra ‘lora’

 

”So much more…” toca no teto

Foda-se se você não acha graça

Mas, agora eu vou gritar no seu ouvido, com licença

“He come around na praça”

 

Canta essa Charlie

Rebola que o rock é sujo

Mas tenho certeza que você sabe esse refrão

Não briga na pista, porra, que eu não sou seu escudo

 

A praça está sem luz

A sua rua é um perigo, brother

É dia em São Tomé de Paripe City

Calma, quem é tubarão nunca se explode

 

Não é assim que se resolve

É sangue demais para minhas mãos

Vou deixar você pensar merda

Pois ela está olhando pra mim, irnão

 

Eu vou dançar com aquele vestido

Fique ai sem festa

É direito seu não ficar de pé

Então… seus problemas não estão na minha testa.

sair pra onde?

A porta está aberta e minha vontade é de sair. Mas, sair pra onde?

É complicado ir à rua nessa primavera que mais parece inverno. Chove copiosamente na cidade, que para e chora os buracos no asfalto. É, faltam motivos pra sair.

É de minha vontade ir à praça te ver. Mas, sei que você não está lá. O poeta também sabe e vai me olhar torto se aparecer por lá. Nem olhar os barquinhos de papel na baia me faz animar. É, quero descanso disso tudo. Mesmo assim, o mais perto da felicidade que encontrei foi quando joguei meus pés longe daqui e senti vontade de voltar.

Mas, tudo isso é um saudade reservada. Você foi má comigo. Me fez ficar te olhando por horas e ainda perguntava “o que foi?”, me jogando uma balde d’água suja de fim de tempestade. Você vem e molha todas as minhas roupas com essa garoa e me deixa esperando a condução pra casa. Passam 18, 19, 20h e nada, “você não chega”!

Você é assim e não vai mudar tão cedo. Sou eu que devo partir? Mas, quero ficar…

Barra

Vixi fud#$! E agora o buzú quebrou!!!
Vixi fud#$! E agora o buzú quebrou!!!

Sempre, quando chego a casa, ao voltar do trabalho ou da faculdade, depois de uma confortável viagem de “buzão”, lavo minhas mãos três vezes seguidas. É a primeira coisa que faço, logicamente, depois de retirar meus sapatos e calçar minhas Havaianas. Mesmo depois de lavar as mãos e tomar banho, ainda sinto o visgo pegajoso da barra de segurança nos meus dedos. Lavo as mãos até mesmo antes de ir dormir. Tudo para ter certeza que não ficou, em hipótese, nenhuma possibilidade de que, eu, pegue uma “doença venérea”. Imagina eu com gonorréia só porque peguei na barra do ônibus?