Foi o mundo que cresceu?

Mas, eis que me vejo em um mundo pequeno. Ele cresceu diante dos meus olhos! “Aquele abraço” me faz falta. Sua companhia é meu refrão.

Qualquer frase é música que quero cantar. Minha voz anda cada vez mais perto. Carrego minha viola na mão, desenhada em um papelão.

Pião de obra ouve meu rádio. Vento de madame sopra pro meu lado. Eu sou o moinho dentro de mim. Não é que queira, mas abrigo me falta.

Não é que tenha escolhido, mas abrigo essa vida. Corro pela esquina pensando em quem está do outro lado. Que canção é essa? Tá faltando uma nota alta!

Me vejo uma criança exemplar. Foi o mundo que cresceu? Ou fui eu?

Me vejo te olhar. Valei-me tanto desejo! “Por que você me escolheu?”

 

1002

Existem 1002 palavras que movem pessoas

Existem poucos corações fortes que podem mover multidões

Olhares, somente, movem legiões?

E para onde se volta? Só há olhares de esperança!

E corações de aço, desarmados.

Por um tempo, esperem “o complicado”

É tudo tão fácil de se resolver.

Mas, somos tão estúpidos que não queremos ceder!

O primeiro sou eu ou o último é você?

 

ps: feito em 2013

Pó de arroz

A força da chuva lá fora cai em mim
dói mais que nunca ter esperança.
Lembranças que tenho para essa manhã.
Ou será tudo melhor que o fim?!

Tragam um cobertor para essa noite
Que tenha estrelas bordadas
e seja branco como um grão de arroz
Que seja o suficiente para nós dois

Quando é que vai nascer o Sol amarelo?
Quando teremos uma janela para ver?
É que a festa já acabou faz tempo
E quero voltar para casa sem você.

Tragam um cobertor para toda noite
Que tenha estrelas douradas
e seja suave como pó de arroz.
Que seja quente para nós dois.

Se eu não pedir mais

Oh, ela vai chegar.

Se eu não pedir mais

Ela vai pensar o quão bom pode ser

De toda sorte, sou capaz.

 

De olhar por entre seus olhos

Fugir do meu próprio feudo

E sorrir pra todos os lados

Não ficar como criança tendo tanto medo.

 

Não tenho certeza

Quando ela vai chegar

O cheiro que se espalha

Vem anunciar!

 

É uma nuvem de calor

Que ela trás para perto de mim

Meu coração queima por dentro toda vez…

Ela derrete este gelo até o fim.

 

Ela é mais que um pequeno sonho

Ela me traz beijos tão fortes que nem sei descrever

Ela é minha magia e única paz

Minha única razão para ter sorte e escrever.

Eu tô te adorando, meu amor

Eu estou te adorando, meu amor.

Eu estou te ouvindo cantar seu sabor

Que é só para mim, esses beijos e fim

Por onde eu andei e já passei, cheguei

 

Pra ser só seu

Pra ser além de tudo mais do que Eu

Pra ser só teu

Pra ser além de tudo mais do que meu

 

É a revolução do teu olhar em querer

Que me faz não ter vontade de acordar dos sonhos

Que tenho — quando estou longe de você

Se não estiver perto o seu cheiro eu estranho

 

Pra ser além de tudo mais do que Eu

Pra ser alguém só teu

Para ser além de tudo mais do que só meu

 

Eu tô te adorando, meu amor

Não me deixa dormir sozinho, por favor.

Eu guardarei a nossa vida em nossas mãos

Pra te satisfazer eu até chorarei.

 

Minha mulher, a mais amada desse mundo

Por que esse amor é teu.

Por que esse amor que você tem é meu.

O ar mais puro dos puros

O ar mais puro dos puros

Que respira por este muro

E passa sereno, pequeno, por entre murros

do meu doce coração leve e impuro.

 

Tal o escuro mais claro do mal

Que me faz cair neste amor fatal

do estado mais sóbrio na montanha mais alta

que só me faz e faz muita falta.

 

Só por que te vi ainda ontem de mim perante

pensando como só pensava Dante

e me prendendo ao avaro do ”nestante”

Prometo que me socorro aos teus beijos adiante.

 

Prometo. É esse amor que de lá de longe vem

Sorrindo, fazendo doce e desdém

Mas, que me cerca só pra dizer que tem.

E no final, carinho, só faz bem.

hoje não é segunda-feira

perdi a paixão que me tirava do caminho
E agora, carinho?
Que me falta pra cair no amor?
Não tenho paciência pra tanto cair e dor

É que hoje não é segunda-feira
É que hoje eu não tenho medo de parar
É que hoje eu vou buscar
O amor, a paixão, perder o medo de falar besteira!

É tanto tempo em um mês
Que um ano juntinho faz falta de vez
Pra saber, como devo fazer?
Pra cair no amor eu devo ficar ou correr?

Mas, hoje não é segunda-feira
Mas hoje penso em parar
É que hoje vou te buscar
amor, paixão, me fala um monte de besteira..

ah, tudo isso é como o vento: vem lindo e uniforme

Mas é, se você ver
não fico te olhando quando você dorme
na verdade, fico sonhando o mesmo sonho que você

sair pra onde?

A porta está aberta e minha vontade é de sair. Mas, sair pra onde?

É complicado ir à rua nessa primavera que mais parece inverno. Chove copiosamente na cidade, que para e chora os buracos no asfalto. É, faltam motivos pra sair.

É de minha vontade ir à praça te ver. Mas, sei que você não está lá. O poeta também sabe e vai me olhar torto se aparecer por lá. Nem olhar os barquinhos de papel na baia me faz animar. É, quero descanso disso tudo. Mesmo assim, o mais perto da felicidade que encontrei foi quando joguei meus pés longe daqui e senti vontade de voltar.

Mas, tudo isso é um saudade reservada. Você foi má comigo. Me fez ficar te olhando por horas e ainda perguntava “o que foi?”, me jogando uma balde d’água suja de fim de tempestade. Você vem e molha todas as minhas roupas com essa garoa e me deixa esperando a condução pra casa. Passam 18, 19, 20h e nada, “você não chega”!

Você é assim e não vai mudar tão cedo. Sou eu que devo partir? Mas, quero ficar…