Chorar

O som triste do violino passa por mim
para e me olhar por trás.

A moda soa a mágoa do carvalho
e também a sorte do gato.
É um fim triste para uma melodia tão linda
É tudo o que se sabe sobre tocar
É a raiz do dom do poeta
É a tristeza do ouvir
Ele chorar.

O violino declama para um mar frio, distante.
É quase o peso de um baião no coração de um retirante
E assim se escreve a história e fica o passado no som parado ao meu lado.

Chorar.


A cigarra

Quando é dia

a cigarra canta

“Cantei bem, não foi?!”

diz ela

Que também pulou pra fora

e se foi pra noite

se sentindo bela e poderosa

“Eu sou Riiiiiiiiiiiiicaaaaaaaaaa!!!

Riiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiccccaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!”