O Gafanhoto das Adagas

O gafanhoto nasçeu grande
E grade não podia, logo, ser outro gafanhoto comum
Foi, então, chamado pra fora da família
Chamado para ser só, tomou a rua e viveu voando

Viveu até virar lenda
Lenda que lembrava somente do nome
O nome que todos saberiam respeitar naquele dia
O dia de seguinte ao acordar da noite do Gafanhoto

O Gafanhoto gosta de Adagas
E adagas frias
Para limpar o sangue sem secar
E poder dizer não ao remorço que aflinge todo gafanhoto que só lembra do nome

Poema Nº 01*

Há tantas violentas coisas

Que só uma me faz temer

Há coisas tantas que não quero pra mim

Mas, só uma me faz querer

Não vou lhe beijar só por beijar

Não tente me perguntar porque

Eu vou fugir se insistir

Mas, depois, vou voltar…

Sempre no mesmo lugar

Vou tentar te ver onde estiver

Não farei questão de dificuldades

Quem manda em mim é meu desejo por lhe olhar

Minha cabeça não cansa de te ver

Meu coração não cansa de te sentir

Não me canso de ser feliz

É que tudo isso em mim é feito pra você

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*Mais um poeminha dos tempos em que tava aprendendo… Não tinha a data em que foi feito – tão pouco me lembro -, mas fica, ai, como registro dos verbos.  🙂 Boa segunda pra vocês.

O Tigre Pardo

Não era propriamente a morte que temia

Mas, de encontrá-la do jeito que tinha de ser

Um Tigre Pardo

Não era caçador, mas sonhador

 

“Buscador de estrelas ao norte”

 

 

O Tigre que não temia a vida

E não comia caça

Era caçado

Por todos os lados

 

Os inimigos se espreitavam pelos flancos dos campos

E ocupavam todas as posições de ataques

O Tigre não se preocupava em se defender

“A sorte está lançada”, disse

 

Para que escudos se se tem a palavra como forte

A morte é apenas um detalhe quando se tem uma roupa vermelha

E o coração para fora

Como prêmio aos atacantes

 

“Como prêmio aos vencedores”, sentenciou o tigre pardo.